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A existência de antas pré-históricas apontam para a existência de um povoado anterior à formação de Portugal (século XII), com os historiadores a acreditarem na edificação de um castro ou castelo celta que, mais tarde, viria a ser a base da edificação do Castelo de Vilarinho. Apesar de “esquecida no tempo”, teve uma notável e histórica vida municipal, que a tornou invejada por outros concelhos de então, pois pretendiam os seus termos, arranjando intrigas a fim de que os reis desmembrassem o concelho e aumentassem os outros concelhos vizinhos. Era, pois, durante o período medieval, sede de concelho e, em 1706, era Vila da Coroa e cabeça de uma grande abadia da opção do cabido e eclesiasticamente do Côro da Sé de Braga. “Tinha dois juízes ordinários, vereadores, um juiz de órfãos com seus oficiais, um capitão-mor e um sargento-mor, aos quais obedeciam três capitães de três companhias de ordenanças da vila e seu termo”. Vilarinho da Castanheira sempre foi uma vila e concelho medievais com alguma importância, mesmo em termos populacionais, que estrategicamente defendia o Planalto da Lousa e Castedo até ao Planalto e Serra de Seixo de Ansiães, que já pertencia a Ansiães. Em 1821 tinha 962 fogos e 3506 habitantes (o concelho) e em 1826 só Vilarinho tinha 211 fogos. Em 1835 o concelho tinha 971 fogos e era do Julgado de Carrazeda de Ansiães em termos jurídicos. Em 1864 tinha 1192 habitantes. Até 1900 aumentou para 1536 pessoas e em 21 de Maio de 1901 é ali criada a Escola Primária Feminina. Depois diminui até 1930 para 1346 habitantes. Recupera em 1940 e atinge o maior número de pessoas que já teve em 1950 com 1560 residentes. O primeiro foral foi dado por D. Afonso II em 6 de Dezembro de 1218, como agradecimento pela hospedagem dada à esposa, rainha Dona Urraca. Depois, D. Dinis, em 22 de Julho de 1287 e na Guarda, dá-lhe outro. D. Pedro I um outro, a 12 de Junho de 1363 e em Braga, com novo foral por D. Manuel em 13 de Julho de 1514, em Lisboa. Por aqui se vê a importância municipal que os governantes portugueses lhe davam, já que poucas vilas tiveram tantos forais. É curioso o conteúdo deles, para quem pretenda fazer um estudo mais exaustivo.
A freguesia possui boa água de nascente, principalmente na fonte onde estão os tanques de lavar. A povoação tem aumentado, com as construções a passarem a escolha primária e a chegarem ao cruzamento da Lousa/Carrazeda, e os cafés a procurarem ir na mira de melhor negócio. Tem como anexa a aldeia de Pinhal do Douro, bem típica, a caminho do rio e num planalto sobranceiro. Tem uma bonita igreja alcandorada num alto, toda granítica, com um muro no adro também em pedra escurecida pelo tempo. Em Outubro de 1991, Pinhal do Douro não tinha água canalizada nem saneamento, pelo que os habitantes, descontentes, não foram votar nas eleições legislativas desse ano. Em 1998, esse anseio parecia já conseguido, mas estavam as ruas então por arranjar e queriam a estrada para o rio Douro mais larga e arranjada, pois fora desprezada durante muitos anos. Já foi tempo em que até os habitantes da Lousa vinham por ali de carro para irem para os terrenos da Cadima ou para a estação de Freixo de Numão, mas agora já têm uma boa estrada para o Douro. Os habitantes são praticamente todos agricultores, com produções abundantes de amêndoa, azeite, vinho maduro e generoso. Tem uma capela à entrada da povoação e a escola primária é ainda frequentada por sete alunos. A freguesia de Vilarinho da Castanheira é a única do concelho de Carrazeda que tem Banda de Música, já muito antiga. Por outro lado, os naturais da terra gostam de reviver tradições, nomeadamente a festa de Verão, ou por alturas das procissões da Semana Santa e da Páscoa. Em 10 de Abril de 1992, uma Quinta-feira Santa, foi representado o “Auto da Paixão” pelas ruas da aldeia, desde a Senhora do Rosário, rua da Cadeia, largo do Pelourinho até às Eiras. Os actores eram todos naturais de Vilarinho e alguns até já tinham 60 anos.
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